Com a expansão de indústrias como as petrolífera e siderúrgica e a proximidade da Copa e da Olimpíada, o turismo no Rio de Janeiro bate recordes e tem novo perfil.
Embora ainda seja forte, o turismo de lazer perdeu terreno para o de negócios. Hóspedes a trabalho já representam a maioria e são responsáveis por 65% da ocupação nos hotéis da cidade em 2011.
Na década passada, a situação era bem diferente. O turismo de negócios respondia por até 30% dos visitantes, e as viagens a passeio dominavam o cenário turístico.
"Havia décadas vinha sendo feito um trabalho para mudar isso. Foi uma ação de longo prazo, com investimentos em centros de convenções e quartos para receber executivos", diz Alfredo Lopes, presidente da ABIH-Rio (associação dos hotéis).
Com a rede hoteleira preparada, faltava o incremento dos negócios. Copa e Olimpíada são a cereja do bolo, mas os ingredientes principais são os setores petrolífero, siderúrgico e metalmecânico. Ainda que muitos projetos novos estejam no interior, gera reflexos na capital.
"É um processo duradouro, não é algo pontual. Há um boom de investimentos, e ainda teremos esses grandes eventos esportivos", observa Tatiana Costa, diretora de vendas do Marina Hotéis.
A rede hoteleira do Rio vive o melhor momento em 30 anos, ressalta Lopes. A ocupação média em 2011 gira em torno de 75%. O Carnaval em março estendeu a alta temporada. Na Semana Santa, a ocupação média chegaria a 94%, segundo a ABIH-RJ.
As projeções para o restante do ano são otimistas. O calendário de eventos tem diversas feiras e congressos.
No mês que vem, a apresentação de Paul McCartney deve aumentar o movimento. Em julho, o sorteio das eliminatórias para a Copa-14 vai trazer movimento. Em setembro, o Rock in Rio já esgotou as reservas em alguns hotéis.
Para alguns empresários do setor, a cidade não terá baixa temporada. O período de junho a agosto -quando, em média, 55% dos quartos ficam ocupados- deve ter movimento recorde.
"É exagero dizer que não haverá baixa temporada. Mas será um movimento muito bom para o período", diz Alban Dutemple, gerente do Sofitel Copacabana.
Dutemple ainda diz que a desvalorização do dólar ajudou a reduzir o chamado turismo clássico e que o Rio é uma cidade cara. Com o real apreciado, os custos para os turistas ficam ainda maiores.
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