Depois de um fim de mês bastante atribulado e marcado por distorções de preço em ativos cambiais, o mercado parece ter voltado à normalidade nesta sexta-feira. No fim do dia, o dólar comercial apontava queda de 0,63%, a R$ 1,573 na venda.
Na semana, a divisa ainda ganhou 0,13%, mas fecha o mês de abril acumulando baixa de 3,56%, maior perda mensal desde setembro do ano passado. No ano, o dólar está 5,58% mais barato.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto encerrou a jornada com baixa de 0,60%, a R$ 1,570. O giro caiu de US$ 18,25 milhões para apenas US$ 4,5 milhões. Foram feitos apenas cinco negócios no dia.
O último pregão do mês é pautado pela reavaliação geral de posições e pela a formação da Ptax (média das cotações ponderada pelo volume). O dia ainda contou com um leilão de swap cambial reverso (compra de dólares no mercado futuro). Com esse conjunto de eventos, o dólar à vista voltou a ter preço inferior ao futuro. Até então, o contrato futuro estava mais barato que o dólar à vista, mostrando escassez de moeda americana no mercado.
Tal situação parece ter se normalizado, o que também ajustou o mercado de casado (pronto contra o futuro) e aliviou a pressão sobre o cupom cambial (DDI - juro em dólar). Também na BM&F, o dólar para junho concentrou a liquidez e antes do ajuste final perdia 0,12%, a R$ 1,5765. O contrato para maio, que expira hoje, recuava 0,19%, a R$ 1,574.
As atenções ficaram voltadas à formação da Ptax que liquidará os contratos que não foram rolados de um vencimento para outro. Como corre todo fim de mês, comprados (que ganha com alta do dólar) e vendidos (que ganham com a queda do dólar) brigam para defender posições. Neste vencimento, temos os bancos comprados em US$ 12,628 bilhões em dólar futuro e cupom cambial e os estrangeiros vendidos em US$ 16,41 bilhões.
Olhando para o mês de abril, o analista de câmbio da BGC Liquidez, Mário Paiva, não enxerga grande alteração de cenário para o dólar, que deve continuar oscilando entre R$ 1,55 e R$ 1,60. Atenção voltada ao comportamento do fluxo de recursos externos, que recuou bastante em abril se comparado a outros meses.
As captações de curto prazo foram prejudicadas pelas medidas tributárias do governo, mas grandes bancos e empresas já estariam engatilhando novas operações com prazos superiores a dois anos. Corre pelas mesas que ao menos US$ 1 bilhão em captações já está arranjando. O dia ainda contou com leilão de swap reverso, o BC rolou 86% dos 30 mil contratos ofertados, operação que movimentou US$ 1,26 bilhão. A operação rolou os swaps que venceriam em 2 de maio para 1º de agosto.