Pela orla do Rio, a disputa por coqueiros é intensa, mas atualmente não são os cocos o motivo da concorrência. As árvores servem como instrumentos para a mais nova febre carioca: o slackline, esporte que consiste em andar por uma corda elástica esticada e atrai a cada dia mais adeptos nas praias do Rio.
Pela zona sul da cidade e na Barra da Tijuca, na zona oeste, proliferam-se cordas sobre as quais atletas-equilibristas arriscam acrobacias. O templo do slackline, no entanto, fica bem longe do nível do mar, mais precisamente a 842 m acima dele, na Pedra da Gávea.
Amante do esporte, o webdesigner Bruno Migueis não se cansa da rotina e percorre a trilha até o pico por duas horas, com equipamento pesado às costas. No topo, ele amarra seu elástico entre as duas extremidades de um penhasco e se lança ao desafio. Preso por um cabo de segurança na cintura, ele caminha por um cenário deslumbrante e vertiginoso aos seus pés, na modalidade conhecida como highline, que é praticado nas alturas.
- Na primeira vez que eu andei a vertigem foi enorme. Cheguei em casa enjoado, parecia que tinha passado quatro dias dentro de um barco. Aos poucos, você vai se acostumando com a paisagem, mas o frio na barriga nunca passa. A sensação de liberdade é maravilhosa.
Assista ao vídeo:
Caminhar a 842 m do chão, porém, não parece ser suficiente para Bruno, que, após dois anos e meio de experiência no esporte, treina para ser o primeiro a percorrer 100 m de distância sem cair e bater o recorde nacional de equilíbrio no Brasil.
Quem quiser se arriscar na modalidade, precisa desembolsar cerca de R$250 para a compra dos materiais básicos, encontrados em lojas de alpinismo. O esporte, aliás, surgiu por meio de um montanhista, entediado por não poder escalar em dias chuvosos.
O aprendizado, segundo Migueis, é simples e pessoas com um pouco mais de equilíbrio e habilidade conseguem ficar em pé logo no primeiro dia. Ao fim de uma semana, é possível dar alguns passos.
- O macete é persistir e acreditar que é possível. A confiança é a chave de tudo.
O surfista profissional Jorge Spanner embarcou no esporte a mando de seu fisioterapeuta. Porém, depois de se recuperar de lesão, não conseguiu abandonar a corda.
- É muita adrenalina correndo na veia. Faz lembrar o surf. O Rio de Janeiro combina muito com o slack.
Segundo o surfista, além de divertido, o esporte pode substituir a academia, pois, para manter o equilíbrio, é preciso exercitar diversas partes do corpo, sobretudo o abdome, pernas e braços.
- Você aprende a se concentrar melhor, passa a ter mais foco no seu dia a dia, além de malhar muito. Os músculos precisam ficar rígidos para uma boa sustentação do corpo. Mas a mente também agradece.
Fonte : R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário