Quase dois anos após a publicação do decreto municipal que prevê a regulamentação do transporte completar, nenhuma linha licitada de vans circula no Rio. Nesta terça-feira (31), motoristas de vans fizeram uma manifestação em frente à Câmara de Vereadores, no Centro da cidade, contra o modelo de licitação feito pela prefeitura.
De acordo com o Sindicato dos Permissionários de Serviços de Passageiros do Município do Rio de Janeiro (Sindvans Rio), mais de 6 mil vans circulam atualmente de forma autônoma.
Com a reorganização proposta pelo município, o número de veículos que fazem esse tipo de transporte também diminuiria para menos de um terço. "Vai ocasionar um desemprego em massa na nossa categoria", disse um representante do sindicato.
A prefeitura defende o modelo de cooperativas. Segundo o governo municipal, 90% das linhas de vans da Zona Oeste já foram licitadas e o processo já começou em outras áreas da cidade - como a Zona Norte e Rocinha, na Zona Sul.
Prefeitura diz que não havia esquema de fiscalização
Segundo a Secretaria municipal de Transportes, ainda não havia um esquema de fiscalização. Em março, o governador Sérgio Cabral assinou um decreto autorizando policiais militares a prestarem serviços aos municípios durante as folgas. Cerca de 200 PMs estão sendo treinados para fiscalizar os transportes da cidade.
Ainda de acordo com a Secretaria, todos os editais de licitação foram aprovados pela Procuradoria- Geral do município e pelo Tribunal de Contas do município. Sobre a concessão do serviço a cooperativas e não diretamente aos motoristas de vans, a prefeitura declarou que segue este modelo porque ele é mais seguro e permite mais controle da qualidade dos serviços prestados.
Com o reforço, a prefeitura promete que as linhas licitadas começarão a circular este ano. No entanto, a população reclama do atraso na regularização de transportes. "Param aonde não devem parar. Param nos locais de ônibus, e os ônibus passam direto", disse uma moradora.
Protesto
Com carro de som e faixas, motoristas de vans tomaram as escadarias da Câmara de Vereadores do Rio, na Cinelândia. A assessoria da Câmara dos Vereadores informou que o grupo entregou uma carta ao Presidente da Comissão de Transportes, Sebastião Ferraz. Não foi divulgado o conteúdo da carta. O protesto terminou no fim da tarde desta terça-feira (31).
A passeata foi uma iniciativa do Sindicato dos Permissionários de Serviços de Passageiros do Município do Rio de Janeiro (Sindvans Rio), juntamente com o Fórum Permanente de Defesa do Transporte Alternativo.
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