Os principais jornais da Europa e dos Estados Unidos destacaram a prisão do traficante da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Preso na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro, ele é considerado o maior responsável pela distribuição de drogas na capital fluminense.
Traficante vivia em mansão de luxo
O EL Pais, periódico espanhol considerado o mais influente da Europa, destacou a prisão de Nem, mostrando as operações dentro de comunidades cariocas e afirmando que elas estão “acabando com os valiosos bastiões do crime organizado”.
Do outro lado do Atlântico, o jornal The Washington Post, um dos três veículos mais lidos dos Estados Unidos, ressaltou ainda a fala do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que afirmou que a prisão de Nem mostra a atual fragilidade do tráfico.
O governador Sérgio Cabral informou na manhã desta quinta-feira (10) que vai pedir a transferência do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e de seus comparsas para um presídio federal de segurança máxima.
El Pais - Espanha
Detenido Nem, el narcotraficante más codiciado de Río de Janeiro
(Detido Nem, o traficante mais procurado do Rio de Janeiro)
The Washington Post - Estados Unidos
Brazil police say Rio de Janeiro’s most wanted trafficker caught ahead of expected slum raid
(Polícia do Rio diz que traficante mais procurado é pego às vésperas de ocupação em favela)
El Clarín - Argentina
Detienen al narco más buscado de Río de Janeiro
(Detido o traficante mais procurado do Rio de Janeiro)
CBS News - Estados Unidos
Brazil police: Rio's most-wanted trafficker caught
(Traficante mais procurado do Rio é preso)
BBC - Inglaterra
Brazil police arrest alleged drug chief of Rocinha slum
(Polícia brasileira prende o chefe das drogas da favela da Rocinha)
Ajuda de policiais
Reportagem do R7 havia antecipado que o traficante Nem estaria retirando armas e drogas da Rocinha, com a ajuda de policiais. O setor de inteligência também detectou a migração de traficantes da Rocinha para outras comunidades controladas pela mesma facção criminosa.
Os principais destinos são as favelas da Pedreira, Quitanda e Lagartixa, em Costa Barros, na zona norte do Rio, e o Complexo do Caju, na zona portuária, para onde iriam parte da droga, do armamento e criminosos.
O envolvimento de policiais com o traficante fora detectado pela Polícia Federal em outra ocasião. Em fevereiro, a PF desencadeou a operação Guilhotina, que prendeu 45 pessoas, a maioria policiais civis e militares. Segundo relatório da PF, um grupo de pelo menos quatro policiais recebia R$ 100 mil para passar informações a Nem sobre operações policiais na Rocinha e no Complexo de São Carlos, onde já há UPP.
Beltrame ressalta fragilidade do tráfico
O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, classificou a prisão do traficante como um grande passo no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, mas ressaltou que ainda há muito o que fazer.
- Nós demos um passo importante, mas ainda há muito a ser feito. Prender pessoas, apreender armas, drogas e munição é importante, mas precisamos acabar com o território, o porto seguro do comando paralelo. Essa é a grande vitória porque a simples ameaça da perda de território onde o tráfico dominava vulnerabilizou essas pessoas. Eles saíram do seu reduto e foram presos. A quebra desse paradigma é o nosso grande trunfo.
A partir desta quinta-feira (10), a polícia deve começar a preparar a ocupação da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, prevista para acontecer no domingo. Com aproximadamente 70 mil moradores, a favela da Rocinha é uma das maiores favelas do Brasil e uma das mais importantes para o tráfico de drogas.
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